O quê os dois filósofos iluministas trouxeram de importância para a humanidade? Qual influência nos ideais iluministas “liberté – egalité – fraternité”? E qual reflexo nos dias atuais?
Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço (1712 – 1778), no Contrato Social afirmava que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Então deveríamos privilegiar o “homem selvagem” em detrimento ao “homem social” — isso pode ser melhor compreendido como movimento de contracultura do “Burning Man”, experimento social comunitário, realizado anualmente desde 1986 em Black Rock Desert (Nevada – USA). E qual a função do Estado? Deveria intervir em todas as situações que a soberania popular decidisse ser necessário. A propriedade privada deveria ser abolida ou controlada pelo Estado para que se corrigissem as principais mazelas da humanidade. Onde vi isso?
Friedrich von Schiller (1759 – 1805), filósofo alemão, nas suas Cartas Estéticas dizia que somos impulsionados por duas forças: “impulso sensível” e “impulso formal”. O primeiro é egoísta, primitivo e violento, regido pela força bruta; e o segundo tem caráter moral e censor, por causa da nossa evolução histórica. E arremata: Seria o caso de esperar do Estado alguma mudança? “Impossível, pois o Estado em sua forma presente, originou o mal” (Carta VII, São Paulo : EPU, 1992, p.58). Por isso a necessidade de se criar um terceiro poder intermediário para conciliar os extremos, que ele diz ser a CULTURA.
Conhecendo os dois pensamentos que nortearam essa época de convulsões revolucionárias que varreram o mundo ocidental contra a absolutismo monárquico (no Brasil conhecemos como Conjurações mineira, pernambucana, bahiana, carioca etc) culminando na França em 1789, para quê serviram os três ideais sociais? Para nada. Fracasso retumbante. Rousseau ganhou.
O quê podemos esperar para o futuro? Temos que resgatar Schiller, temos que colocar o ser humano no centro deste cenário e para isso temos que criar um órgão moderador (terceiro poder) para que dê voz ao indivíduo, para costurar os extremos polarizados (homem selvagem e sensível X homem social e formal), como CONSELHO CULTURAL LIBERAL.
Antonio Marques
