Dinamólise-Capilar de Kaelin

Dinamólise-Capilar de Kaelin

Fenomenologia, metodologia e limitações do método

RESUMO: O Exame de Sangue Dinamólise-Capilar (Kapillar-dynamisches Steigbild nach Kaelin) é utilizado como preventivo do câncer. Através do sangue que sobe no papel de filtro especial, visualizam-se formas multifacetadas que só a vida pode engendrar. Adentra-se assim, na esfera da vitalidade orgânica (ou pode-se denominar de “forças etéricas ou vitais”). Por se tratar de um “exame dinâmico-qualitativo”, exige-se que se conheça sua metodologia, no sentido de se estabelecer sua limitação fenomenológica, pois só se visualiza a vitalidade e não se chega à realidade fenomenológica. Nesse sentido, o mérito deste trabalho está em: 1) Elaborar nova argumentação destes conceitos. 2) Traçar os limites deste teste. 3) Pleitear a sua revalidação perante a classe médica antroposófica. A argumentação metodológica ficará a cargo da ciência dedutiva goethiana-steineriana. A fenomenologia norteará os limites. E a revalidação ficará por conta da experiência alcançada neste laboratório de Kaelin que, desde 2001, funciona nesta Clínica. Objetiva-se disponibilizar à classe médica antroposófica brasileira este importante recurso, como também oferecer aos pacientes que se submetem à Viscumquimioterapia – VQ (preventiva e curativa), um controle laboratorial de como essas “forças supra-sensíveis” estão se manifestando ao longo do tratamento.

UNITERMOS: Exame de sangue Dinamólise-Capilar, Teste de Kaelin. Prevenção do Câncer através do teste da Dinamólise de Kaelin. Corpo etérico (vitalidade). Medicina Antroposófica. Medicamentos Antroposóficos. Viscumquimioterapia (VQ). Ciência Dedutiva Goethiana-Steineriana.

  1. ADVERTÊNCIA
    Como os dados semióticos da anamnese são incompletos, pois os fenômenos se apresentam instáveis a todo instante, aliados às queixas subjetivas (psíquicas) do paciente, o médico almeja aprofundar nos meandros fisiopatológicos, cujo objetivo é entender o processo de funcionamento (ou disfunção) do organismo vivo, para que se possa intervir terapeuticamente. Nesse sentido utilizam-se dois métodos de exames complementares: o teste analítico puntiforme-quantitativo, da ciência acadêmica e o teste dedutivo dinâmico-qualitativo, o qual adentra nos processos sutis da natureza orgânica. Ambos os testes, como todo exame complementar, esbarram em certos limites, impostos pelas suas próprias metodologias.
  2. INTRODUÇÃO
    Em 1924, Rudolf Steiner havia confirmado que é factível obter um diagnóstico precoce1 do câncer Mas como realizar isso? O Dr. med. Werner Kaelin debruçou-se nesse questionamento, trazendo a lume, a partir de 1928, trabalhos científicos2 que tentaram responder a essa questão. Desenvolveu este “teste sangüíneo cromatográfico dedutivo dinâmico-qualitativo de banda larga”, através do qual mostravam imagens arquetípicas de órgãos e patologias. Pensava-se assim, os que começaram a utilizar este teste, tratar-se de um exame preventivo definitivo do câncer (como se fosse uma bola de cristal que pudesse antever todos os fenômenos patológicos). No entanto não ocorreu o esperado, porque isso é impossível de se conseguir, mesmo nos mais conceituados testes de pesquisa; e caiu em descrédito no meio médico antroposófico.

    Este autor teve contato com o Teste de Kaelin em 1980, no seu primeiro estágio na Lukas Klinik (hospital de referência em oncologia da medicina antroposófica, em Arlesheim – Suíça, hoje fechado e seus pacientes são atendidos na Arlesheim Klinik – Suíça), onde pôde conhecer de perto o trabalho da Dra. med. Ebba Krause von Blücher. Naquela época, ela era a responsável por esse método no Laboratório Hiscia, ao lado daquele nosocômio. E, em 2000, num de seus retornos à Suíça, conheceu a Dra. Norma Priemer, bioquímica, na época responsável por este teste em território suíço e atualmente residindo em Córdoba – Argentina. Graças a ela, esta Clínica tem, desde 2001, um laboratório de Kaelin.

    Após esses anos de análises dos testes, este autor pôde depreender que, através do papel de filtro cromatográfico especial (Analytical chromatography paper Schleicher & Schuell 2043ª e hoje se utiliza o Papel de Filtro Whatman nº1), o sangue expressa algo dinâmico-qualitativo, individualizado e em nível muito sutil. O que sobe no papel de filtro é o sangue e este se expressa em imagens tipológicas, há muito tempo estudadas fenomenologicamente e caracterizadas pelo Dr. Kaelin. Estas vão da harmonia à desarmonia, além de formas bizarras, grotescas, “ilhas”, imagens arquetípicas de órgãos, etc. Os desenhos formados são muito variados, mas consegue-se, numa mesma pessoa, em exames repetidos no tempo, observar uma dinâmica processual, uma repetição de certas formas arquetípicas, o que se leva a se poder afirmar que, além de se tratar da mesma pessoa, mostra evolução e repetição (apesar disso não se consegue reproduzi-lo numa escala quantitativa). Ou seja, testes numa mesma pessoa, realizados um ano ou mais anos depois, irão mostrar as mesmas imagens arquetípicas anteriores. Conclui-se assim, adentrar-se na esfera da vitalidade sangüínea, patamar acima da manifestação puramente somática, onde imperam leis não-físicas, o que neste trabalho receberá o nome de “forças etéricas”. Não se está afirmando que se visualize o etérico propriamente dito, mas a sua manifestação sangüínea, por meio do papel de filtro.

    Para isso precisa-se de novos argumentos para revalidar este método. Deve-se, em primeiro lugar, ater-se à fenomenologia dedutiva goethiana, aos dois primeiros passos iniciais deste processo metodológico: “observar e relatar” o que se vê nas imagens. É claro que a finalidade de qualquer caminho científico é chegar ao terceiro e último patamar: à “ideia” (conceito ou tese) do fenômeno. Mas, como o que se vê são imagens da manifestação etérica (vitalidade em consonância com a psiquê), deve-se ater a esse nível da pesquisa. Não se chega à realidade fenomenológica, pois esta implicaria no casamento entre os quatro elementos constitutivos do ser humano: corpo físico, vitalidade, psiquê e self (ou: corpo físico, etérico, alma e espírito). Nesse sentido, a maioria dos clássicos exames laboratoriais acadêmicos corresponde à realidade fenomenológica, pois abraça-se também a materialidade. Mas não com o teste de Kaelin. Este, ao apenas visualizar as manifestações das forças etéricas (vitais). Por isso este exame deve-se ater à sua limitação fenomenológica (ou seja, à visualização pictográfica das forças etéricas).

A base científica para adentrar neste domínio do suprassensível fica a cargo da ciência dedutiva goethiana-steineriana. Nesse aspecto necessita de dados comprobatórios através da ficha clínica e de outros exames laboratoriais complementares rotineiros, da ciência acadêmica. Somente assim se pode chegar à formular “hipóteses dedutivas mediatas”, no sentido de se ter uma visão mais ampla do quadro clínico. Não se tem um diagnóstico definitivo com o teste de Kaelin, como se está afirmando, apenas uma “imagem da manifestação do etérico por meio do sangue”. Por isso podem-se formular apenas hipóteses dedutivas. Não resta dúvida de que este exame oferece ao médico, que procura tratar o ser humano como um todo, uma “olhadela” na esfera da vitalidade, de como as forças etéricas estão se manifestando. Estas imagens mostram como está a relação psico-vital (ou anímica-etérica), ponto de partida para várias patologias somáticas.

Portanto, a finalidade deste trabalho visa resgatar a metodologia de Kaelin, com uma roupagem nova, atendo-se ao fenômeno da “dinamólise sangüínea”, por meio do papel de filtro especial de cromatografia. Justificam-se nos seguintes casos: 1) Quando há uma clínica suspeita de pré-cancerose. 2) Nos casos de história familiar de câncer. 3) Antes de dar início à Viscumquimioterapia (VQ) preventiva ou curativa, como forma de traçar um parâmetro da “vitalidade orgânica” inicial, para acompanhamento futuro da atuação medicamentosa antroposófica. Em todos estes casos o objetivo é a “visualização das forças etéricas”, numa fase de desequilíbrio pré-explosiva da patologia oncológica.

  1. HISTÓRICO
    Em 1855, Friedrich Ferdinand Runge publicou o livro titulado: O impulso formativo das substâncias evidenciado através das imagens espontâneas. Esse método consistia em primeira instância, gotejar soluções salinas sobre papel de filtro. Em seguida (geralmente com os papéis secos), gotejava-se outra substância em cima da anterior. Dessa maneira se descreviam formas e desenhos característicos de cada substância testada. Observou-se que cada substância química tinha uma “signatura” (uma imagem típica). A isso se chamou de impulso formativo das substâncias.

    Descobriu-se então, um método qualitativo pictográfico (tipologia padrão para cada substância) e não analítico. Este último só foi desenvolvido em 1907, com Goppelsroeders, o qual desenvolveu um caminho totalmente diferente do anterior. As soluções salinas ascendiam através de tiras de papel de filtro, com o objetivo de se medir a altura alcançada, a densidade e a intensidade de cor. Estava criado o método analítico da cromatografia, que é utilizado até hoje pela medicina acadêmica.
    No entanto, o que interessava à visão científica dedutiva antroposófica, era a pesquisa da tipologia da substancialidade. Ou seja, buscava-se uma forma de fazer visível o modo de ação das forças etéricas – vitais presentes atrás da materialidade. Por isso, em 1920, Rudolf Steiner instou Lily Kolisko3 a estudar soluções de substâncias, mediante um método tecnicamente novo, criador de imagens ascendentes em papel de filtro. Dessa indicação, se põe a experimentar e cria seu método: primeiro deixa subir o extrato vegetal (mas como não se torna visível), em seguida adicionam-se soluções salinas, com o objetivo de “revelá-lo” (tornar visível, com imagens coloridas). Também a Ehrenfried Pfeiffer, em 1925, Steiner o aconselha a testar com cristalizações de sais metálicos.

    Somente com a participação de Erika Sabarth, companheira de trabalho de Pfeiffer, é que, ao utilizar o cloreto de cobre, descobre o método que recebe hoje o nome de Cristalização Sensível de Pfeiffer. Como naquela época o tratamento com Viscum album para combater o câncer estava começando, fez-se a pergunta: seria possível detectar o câncer, antes da sua primeira manifestação? O Dr. Kaelin, na sua clínica diária, também lidava com casos avançados de câncer, para os quais não haviam mais tratamento, também fez a pergunta a Steiner: Haveria um método de descobrir essa pré-disposição cancerosa (präkanzerose Stadium)? Steiner o contesta, para que estude todas suas conferências, e que, aplicando o que aprendeu, ele, Kaelin, encontraria a resposta. Somente a partir de 1928, foi possível, contando com o apoio da Dra. Ita Wegman, fundadora do Instituto Clínico Terapêutico de Arlesheim – Suíça (Instituto conhecido hoje como Arlesheim Klinik), estender esse método de visualização das forças vitais (etéricas), agora realizado com o sangue humano, no sentido de se procurar entender como se poderia relacionar as variadas formas das imagens sangüíneas com os vários tipos e localizações do câncer.

    Portanto, até hoje (desde 1928), este método continua moderno, pois procura adentrar na esfera das manifestações funcionais do organismo humano, no sentido de perscrutar como essas forças suprassensíveis estão pulsando. Podem-se utilizar: sangue, urina, seiva de plantas e extrato orgânico. Nesse caso não se resume à pesquisa clínico-laboratorial, como se está vendo, mas também tem utilidade no controle de qualidade de plantas medicinais e na agricultura.
  2. A IMAGEM DO HOMEM
    Como o motivo do nosso estudo se baseia no ser humano, existem os sistemas: neuro-sensorial (SNS), rítmico (SR) e metabólico (SM). Quando há saúde, há um equilíbrio entre estes sistemas de forças. A doença surge quando um sistema invade o outro, impondo a sua tendência. Existem duas tendências patológicas básicas: a inflamação – quando o SM ascende da esfera metabólica e invade o SR e/ou SNS. A esclerose – quando o SNS desce da sua esfera cerebral e invade o SR e/ou SM. São estas duas manifestações que são vistas no Teste de Kaelin.

    Aprofundando-se na pesquisa dedutiva, sabe-se que o ser humano é constituído de matéria, de substância química, que compõe o corpo físico. Essa parte morta é uma característica dos minerais. Observa-se que, por detrás da materialidade, existe uma vitalidade, que é tanto maior quanto mais primitivo é o organismo. Essa vitalidade é muito expressiva nos vegetais e animais, sendo que entre estes é mais evidente na planta. Na criança, a vitalidade está com toda sua potencialidade, mas vai decaindo à medida que avançam os anos. Invertem-se então os fatores: de maior vitalidade com menor nível de consciência, caminha-se para menor vitalidade com maior nível de consciência na velhice. Portanto, existe um corpo vital (ou corpo etérico), que era denominado de Ka pelos antigos médicos egípcios, de treptikón pelos gregos e arquem por Paracelsus. O corpo etérico funciona como um modelador, que plasma a matéria a partir de suas necessidades. A substância inorgânica, no mundo lá fora, pode ter até a mesma composição, como se tem dentro de nosso organismo, mas dentro do ser humano a substância tem que se submeter a certos parâmetros traçados pelo corpo etérico. Tanto é assim que, apesar de a proteína ter a mesma composição em todos os seres, com carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, cada ser humano plasma a sua proteína individual. Isso se observa também dentro do organismo humano, através do qual as substâncias são processadas diferentemente do que ocorrem na natureza: o carboidrato transforma-se em glicose e água (e não em álcool e gases como na natureza) e a proteína transforma-se em peptonas, peptídeos e aminoácidos (e não se putrefaz como na natureza).

    Para subirmos um degrau evolutivo, para o animal, ocorre uma guinada enorme, pois aqui já prevalece o processo oxidativo no metabolismo, necessário para o desenvolvimento da consciência e da vigília. No vegetal prevalece o processo redutivo do metabolismo: ele inspira dióxido de carbono (CO2) e expele oxigênio (O2). É claro que se tem anabolismo e catabolismo no animal, mas prevalece este último, como processo necessário de destruição (catabolismo) da matéria, para desenvolver uma vida consciente, de vigília. Por isso o animal abriga uma alma, porque assim pode desenvolver uma sabedoria dentro de si, que se denomina de instinto animal.

    O ser humano é um ser mais complexo, pois além das características citadas anteriormente, representa a culminação da natureza, da meta Divina. Por isso possui corpo físico, corpo etérico, alma e espírito. Ou poderia se denominar de corpo físico, vitalidade, psiquê e Eu. O homem é, primariamente, um ser espiritual que, através do seu Eu, elabora o seu corpo físico desde o período embrionário. O Eu consegue elaborar e estruturar o corpo para desempenhar as funções conforme as suas necessidades. Por isso o homem não é produto da hereditariedade, nem do meio ambiente; ele apenas utiliza a herança e o mundo, como materiais para manifestação da sua individualidade, do seu Eu. A alma ou psiquê é sede dos pensamentos triviais, sentimentos de toda ordem e do atuar corporal; por isso se diz que na alma têm-se o Pensar – Sentir – Atuar. Por trás de tudo se é o que se é (Self ou espírito ou Eu).

    E o que é a célula? Rudolf Steiner apontou, em 1920, para a relação entre o organismo e a célula: O que é a célula? A célula é em realidade aquilo que teimosamente se afirma com um crescimento próprio, com vida própria, que vai de encontro àquilo que o homem é! E se, por um lado, os senhores vêem o homem com sua forma inteira (…) e em seguida atentam para a célula, verão que a célula é aquilo (…) que de fato destrói estes efeitos externos porque quer desenvolver sua própria vida. Em nosso organismo, estamos em realidade constantemente lutando contra a vida da célula. E a mais absurda das teorias surgiu justamente através da terapêutica celular e da patologia celular que se baseiam em células e consideram o organismo humano um edifício de células, enquanto o homem é um todo relacionado com o cosmo e em realidade deve estar constantemente em luta contra a obstinação das células. A célula, é no fundo, aquilo que constantemente incomoda o nosso organismo em vez de edificá-lo.
  3. O CÂNCER
    A compreensão e o tratamento do câncer são expressões de uma imagem empobrecida, materialista, do mundo e do homem. O câncer não é uma doença da nossa época, somente por sua alta incidência no mundo, mas também pela visão que se tem dele: a crença de que seria um problema puramente celular, puramente material. Um prognóstico perante um paciente canceroso apenas baseado no diagnóstico histológico, no tipo de câncer, na sua localização, na sua extensão e intensidade e nas metástases é um procedimento indigno, pois ignora e despreza o ser humano e desmascara o inumano que existe na interpretação do homem orientada apenas corporalmente. Condições individuais da personalidade anímico-espiritual e do destino da pessoa são de um significado decisivo para a doença e sua evolução.

    O câncer é a doença mais insidiosa e obscura que existe, merecendo de longa data o estudo dos médicos, no sentido de se entender o que se passa por detrás desta anarquia celular. Haja visto que este nome vem dos antigos gregos, que a denominaram assim, por causa de seu formato como um caranguejo. E pela Teoria dos Humores (estados psíquicos), o câncer corresponde à melancolia (melan = preto e cole = bile). Este estado “bilioso preto” caracterizava para o grego, o estado melancólico (ou depressivo).

    Portanto, como se está vendo, adentra-se de novo no reino do suprassensível, a causa das manifestações orgânicas. Através dos passos evolutivos de uma criança, pode-se compreender como se manifestam esses membros supra-sensíveis, para se referendar o que foi tratado em capítulos anteriores. Até os 6 a 7 anos, o corpo está sendo modelado. Pode-se depreender assim, dedutivamente, que atrás da manifestação física está atuando a vitalidade (o corpo etérico). Essa fase termina com a formação dos dentes. Por isso é que, após a troca dos dentes, a criança está pronta para o pensar lógico (começa a escolaridade). Portanto o que atuou corporalmente metamorfoseia-se na capacidade pensamental. Por volta dos 13 a 14 anos, começa uma nova fase no jovem: a puberdade ou o desenvolvimento sexual. Pode-se dizer que a alma desabrocha para o mundo. A partir dos 21 anos é que o jovem já tem uma consciência de si, período no qual se diz que nasce o seu Eu.

    A fase correspondente dos 20 aos 50 anos, a do amadurecimento (social, profissional, conjugal, etc.) tem a ver com o desenvolvimento da alma. Para isso é preciso uma troca permanente com o meio externo social. Ou seja, fica-se alegre em um ambiente alegre ou fica-se triste numa situação triste. Mas, se por algum motivo essa alma não vibra ou não mantém um contato frutífero com o mundo, uma troca saudável (ou por ser ela depressiva ou melancólica), essa alma se introjeta, fecha-se em si mesma. Caso esse sofrimento se aprofunde, a conseqüência é o abandono do corpo.

    [É preciso fazer um pequeno esclarecimento. Esse processo de a alma abandonar o corpo só acontece normalmente no SNS (e torna-se patológico se isso ocorre no SM). A embriologia poderá esclarecer melhor esse aspecto. Em primeiro lugar observa-se que o corpo físico é modelado de fora para dentro (o que mostra algo supra-genético modelando o corpo) e isso é tão verdadeiro que, basta ver que as formações dos órgãos dos sentidos (cérebro, olho, ouvido, etc.), são formados como se fossem escavados de fora para dentro. Em segundo lugar, somente depois de estarem prontos, os elementos supra-sensíveis se afastam um pouco, no sentido de atuarem de fora. Nesse caso os órgãos dos sentidos (SNS) funcionam como se fossem um espelho ou um aparelho transmissor/receptor dos impulsos superiores do ser. No SM, ao contrário, os elementos supra-sensíveis devem permanecer mergulhados, a vida inteira, dentro dos órgãos metabólicos.]

    O que ocorre então? Na depressão profunda ou melancolia, a alma abandona justamente a esfera metabólica, na qual deveria estar mergulhada. Acontece o mesmo processo que ocorre no sistema nervoso, citado acima. Por isso se diz que o câncer é a manifestação do sistema nervoso em lugar errado. Portanto, de tendência “esclerosante”. E o que faz o sistema nervoso? Elabora, prolifera pensamentos. Mas o SM lida com substância química, dentro dos limites impostos pela fisiologia digestiva. Caso o metabolismo fique abandonado (sem as atuações da alma e do espírito), irá configurar, proliferar materialidade, só de uma forma anômala, patológica. Como se está vendo, é o mesmo processo do sistema nervoso, só que a nível físico, terrestre. Como se processa então o câncer, a nível celular? O corpo etérico (subalterno à alma), que já tinha terminado o seu serviço corporal (de multiplicação celular na fase embrional), como se disse, sofre involução e regressão para dentro do corpo e, através do seu substrato orgânico (os fatores de crescimento celular), recomeça a multiplicação celular (só que de uma forma bizarra, maligna). Formam-se assim “ilhas de substâncias estranhas” (proliferação da materialidade), dentro da arquitetura corporal. Assim nasce o câncer! Por isso a incidência cancerosa é muito grande no metabolismo ( 70 a 80% dos casos) e, relativamente, quase nula no SNS (a não ser nas células da glia, de sustentação do cérebro, aliás de origem metabólica).

    Portanto a célula está subordinada à atuação dos corpos supra-sensíveis, que verdadeiramente orientam a formação e a arquitetura corporais. DNAs, gens, cromossomas, fatores de crescimento, etc., são apenas instrumentos de realização da finalidade de um esboço supra-sensível. Tanto é que, nas experiências oncológicas e embriológicas, apesar de a genética apontar para a realidade corporal, uma força mais forte re-orienta novamente a matéria conforme um plano pré-estabelecido dos corpos supra-sensíveis.

    Para o diagnóstico desta doença, além da avaliação clínica, são necessários três procedimentos: Para a 1ª fase da doença, quando a alteração ainda é a nível supra-sensível, utilizam-se dois tipos de testes: o Diagnóstico Psicossomático através da Pintura Terapêutica, no sentido de visualizar a alma dentro da corporeidade e o Exame da Dinamólise sangüínea, no sentido de visualizar a vitalidade, o etérico, dentro da corporeidade (e indiretamente a alma permeando o etérico). Para a 2ª fase da doença, quando se chega ao nível da substância química, utilizam-se os marcadores tumorais e os fatores de crescimento. Na 3ª fase, quando a doença se manifesta na esfera celular, utilizam-se a Biópsia e/ou o Anátomo-patológico. Muitas vezes é necessário utilizar dois ou mais testes, como se afirmou, ao mesmo tempo, para esclarecer em qual fase a doença se encontra e preconizar um tratamento condizente.

    Para o tratamento são necessárias também três condutas: Para as duas primeiras fases, quando a doença ainda não se manifestou fisicamente, além das orientações psico-pedagógicas-espirituais, de mudança de postura frente à vida, etc., deve-se buscar um medicamento que abarque toda a problemática abordada aqui. A resposta está na quimioterapia pelo Viscum album (VQ), uma planta parasita originária da Europa e da Ásia, a qual, já se sabe pelas exaustivas pesquisas científicas (presença de lektinas, viscotoxinas, vitaminas, etc.), possui dupla função: Anti-neoplásica específica e Imuno-estimulante. É o único produto no mundo, atualmente, que apresenta essas duas qualidades. Por isso ele serve também como estimulante imunológico em outras patologias. Para a 3ª fase da doença exigem-se as condutas clássicas (cirurgia, quimioterapia e radioterapia). O Viscum (VQ) deve ser sempre associado em qualquer uma das três fases dessa patologia, pois estimula a revitalização corporal-anímico-etérica, serve de sustentação àqueles casos irreversíveis, aumenta a sobrevida e melhora a qualidade de vida dos pacientes que carregam essa patologia como destino.
  4. METODOLOGIA DA DINAMÓLISE SANGÜÍNEA

Serão mostrados inicialmente os recursos técnicos, em seguida os procedimentos, para finalmente se apresentar os argumentos metodológicos e a respectiva leitura. 1) A umidade relativa do ar (URA) no laboratório deve estar em torno de 80% (melhor estar entre 80 a 90%). Esta é a primeira condição técnica de extrema importância e isto foi conseguido aqui, por causa da privilegiada situação desta cidade mineira, entre montanhas, na qual a URA permanece estável em torno de 80% o ano todo. A temperatura deve estar em torno de 23º C. Caso varie a temperatura, também irá oscilar a URA. Para 80% necessita-se idealmente 23º C. Também a escolha da instalação do laboratório na Clínica foi importante, num espaço reduzido oferece melhores condições técnicas, para manutenção da umidade ambiental. No caso de não se conseguir esse padrão, tem-se utilizado o vaporizador, o qual consegue retomar a URA apropriada para realização deste exame. Neste mesmo local, os sangues dos pacientes são colhidos pela enfermeira e colocados em geladeira, para serem realizados os testes apenas uma vez por semana.

2) A enfermeira colhe 5ml de sangue do paciente, para serem colocados em dois tubos de ensaio numerados (número do paciente e volumes correspondentes – um recebe 3ml e outro 2ml). Estes contêm gazes enroladas, com o objetivo de fixação da fibrina e evitar a formação de coágulos. Utiliza-se somente o primeiro tubo de ensaio, com 3ml de sangue; o segundo é para qualquer imprevisto ou ser utilizado quando não se consegue atingir a concentração de sangue (anemia) exigida na escala do hemômetro (cujos valores estão expressos em Hemometer Units – Unidade Hemométrica). Estes dois tubos são condicionados em um suporte e colocados na geladeira. Geralmente o sangue necessita ficar em repouso por uma semana, para se colher, através do teste, o fundo do problema. Caso se proceda a um exame imediatamente após a coleta, detectam-se muitos processos inflamatórios e não é este o intento deste teste. Deseja-se aprofundar na pesquisa e adentrar nas alterações mais esclerosantes (pré-cancerosas). Por isso ele é realizado uma semana após a coleta.

3) À tarde do dia do exame, a enfermeira prepara o ambiente laboratorial, observa a URA, enumera os papéis de filtro, documenta os dados em dois livros de controle: no primeiro, é registrado o nome do paciente durante a coleta de sangue, com seu específico número e no segundo, anotam-se os dados para o pesquisador (este autor). Merece comentário o higrômetro de Goethe5, um aparelho relativamente simples, com um reservatório de água e um pescoço de cisne, através do qual oscila a água, cuja precisão faz frente aos mais modernos higrômetros. O ideal da URA é estar na marca de 80% ou acima desse valor. Caso não se consiga esse valor, coloca-se o vaporizador para funcionar. Com este, consegue-se artificialmente o índice necessário para a realização do Teste. Neste laboratório são utilizados 12 papéis de filtro para cada paciente. Os 3 primeiros são chamados de folhas de cobertura e os 9 seguintes são chamados folhas de desenvolvimento. Os papéis de filtro são colocados em placas de vidro especiais para o teste de Kaelin. As 3 primeiras placas de vidro recebem sangue em concentrações crescentes de 2,5ml, 3,5ml e 4,5ml. As seguintes recebem a mesma quantidade de 1,0ml de sangue.

4) À noite, após o expediente, este autor começa a preparar o sangue. Com proteção de uma máscara e com luvas, realizam-se os seguintes procedimentos. Em primeiro lugar precisa-se estandardizar o sangue diluído entre 50 a 54 UH (unidades hemométricas). Esse valor é padronizado pelo hemômetro (para dosar sangue diluído). Não se dosa a hemoglobina do sangue (o que teria que ser realizado ao colher o sangue), pois o que interessa aqui é a diluição sangüínea, como citado. Para isso utiliza-se o método de Sahli (ou de colorimetria) do hemômetro. Com uma pinça esterilizada pega-se a gaze com sangue do tubo de ensaio de 3,0ml e mistura-se, torcendo a gaze, no recipiente previamente contendo 33ml de água bidestilada. Consegue-se assim uma solução sangüínea diluída a 8%. Ou seja, 3 ml de sangue + 33 ml de água = 36 ml de diluição.

36 ml de solução—————3 ml de sangue

em 100 ml ——————– x

x = 8,33%

Nesse diluição, os glóbulos vermelhos (hematias) sofrem hemólises, processo necessário para este teste dinâmico-qualitativo. Com uma pipeta graduada, retira-se 0,25ml da solução sangüínea (ou 250 microlitros de diluição a 8%), coloca-se no tubo do hemômetro e acrescentam-se 3 gotas de ácido clorídrico a 0,1N. Após 3 minutos, marcados no cronômetro, acrescenta-se água bidestilada no tubo de hemômetro, até se aproximar da cor padrão do aparelho: em torno de 50 UH. Caso não se atinja a esse nível, provavelmente por uma anemia (hemoglobina baixa), acrescenta-se o sangue extra do tubo de 2,0ml, com o objetivo de se chegar ao índice standard da UH (50 a 54). Em seguida, coloca-se a solução sangüínea nas placas de vidro, com a mesma pipeta, nas seguintes concentrações: 2,5ml, 3,5ml, 5,0ml e o restante 1,0ml, nas outras nove placas. Finalmente, colocam-se os papéis analíticos cromatográficos Schleicher & Schuell 2043ª e atualmente Whatman nº1, no tamanho 140x170mm, enrolados e presos em cima com uma pequena presilha, formando um tubo de papel, nas placas de vidro.

5) Na manhã seguinte inicia-se a segunda etapa do teste. Bem cedo, por volta das 7 horas da manhã, para aproveitar o máximo a URA ideal e a temperatura mais amena (em torno de 23º C), colhem-se as 3 folhas de cobertura. Procede-se à coagulação sangüínea com ferro de passar, na 2ª graduação de temperatura, para congelar as imagens (ou fritar as proteínas). Para as 9 folhas de desenvolvimento, retiram-se as folhas e colocam-se 2,5ml de água bidestilada. Recolocam-se os papéis de filtro nas placas, para a água subir, pela capilaridade, nas folhas. Em torno de 20 minutos, a água começa a romper a margem superior da solução sangüínea. Procede-se à leitura dinâmica das imagens formadas. Divide-se o teste em três fases, colhendo três papéis para cada fase: inicial (denota problema do passado, pois as imagens são incipientes e geralmente aqui se mostram as alterações esclerosantes ou inflamatórias, principalmente na área metabólica uro-genital), fase intermediária (denota problema atual, pois as imagens estão em fase de crescimento) e fase final (problemas que podem advir no futuro – aqui evidenciam as “ilhas” e erosões).

EXPLICAÇÕES DO PROCESSO DA DINAMÓLISE – As proteínas da solução sangüínea, ao subirem no papel analítico cromatográfico, vão se depositando conforme seus pesos moleculares. As globulinas ficam no trajeto ascendente (no meio do papel de filtro) e na margem superior depositam-se as albuminas. Não se pode afirmar que sejam somente estas últimas, as que irrompem a margem superior do sangue, mas como a proteína, como um todo, carrega a impressão digital do indivíduo, pode-se afirmar que o desenho a ser formado, será como o selo arquetípico da individualidade. Por se tratar de um teste qualitativo, dinâmico e individualizado, em que se evidenciam elementos sutis, é muito importante eliminar as probabilidades aleatórias de acertos e erros, comuns a todos os exames acadêmico-indutivos. Nesse sentido não se fala em estatística correlativa”, pois a metodologia aqui abordada é dedutiva, em que se utilizam outros argumentos, como citados. Por isso é que se observa, em exames repetitivos de mesmo paciente, algumas imagens arquetípicas repetitivas (ou patognomônicas desse mesmo paciente), o que mostra a veracidade deste teste. Por exemplo, em certos pacientes que se submeteram a este teste, evidenciaram-se certas imagens patológicas e, após o tratamento preventivo pela VQ (geralmente de 1 ano), algumas imagens não mudaram, às vezes permanecendo anos com as mesmas características pictográficas, exigindo um acompanhamento clínico-medicamentoso anos a fio. Muitas vezes, a melhoria das imagens foi se verificar após anos seguidos de tratamento preventivo. Isso mostra a importância deste teste, como acompanhamento preventivo e curativo, pois apenas as avaliações clínico-laboratoriais, muitas vezes, não mostram como está a vitalidade (a etericidade) do paciente.

O Teste da Dinamólise-Capilar se baseia, por um lado, nas imagens dinâmicas formadas através da capilaridade do papel cromatográfico. Por outro lado, necessita-se da noção da trimembração humana, como se viu, pois as imagens formadas nas folhas de desenvolvimento, com seu formato arredondado (como um pequeno cogumelo – fig. 1 abaixo), irão mostrar de baixo para cima, o SM (na parte de baixo), o SR (na parte intermédia) e o SNS (na parte superior). Por um terceiro aspecto, baseia-se na polaridade dinâmica dos sistemas orgânicos: nervoso e sangüíneo, os quais correspondem ao SNS e SM, respectivamente. Pode-se falar também sobre oposição de forças antimonizantes e albuminizantes ou forças anímicas (astrais) e vitais (etéricas), respectivamente. Quando o sangue sobe no papel de filtro, as forças vitais (etéricas) se mostram e descrevem imagens. O que não se vê são as forças contrárias, que se contrapõem às imagens ascendentes do sangue – é a alma permeando, de fora, a vitalidade.

Como é a alma que plasma e modela o corpo etérico, para que este interfira na fisiologia celular, a alma precisa atuar por dentro do etérico (permeando o etérico), para dar configuração tipicamente humana. A imagem formada no Teste de Kaelin terá a característica harmônica (fig.1). Mas se a alma sofre um estarrecimento, choque, estresse continuado, depressão (ou melancolia), etc., esse membro suprassensível sofrerá retração, abandonando a esfera metabólica uro-genital. Esta é a gênese da depressão e da síndrome do pânico, cada vez mais comuns nos dias atuais. Esse processo é o mesmo que ocorre nas malignizações celulares: o abandono da alma da esfera metabólica uro-genital, como se comentou. Esse fenômeno singular, entre depressão e câncer (ambos têm a mesma origem), merece um estudo mais aprofundado. No primeiro caso, a alma, após abandonar a esfera metabólica uro-genital (dessomatização), centraliza-se em si mesma (e às vezes provoca somatizações na esfera do SR – coração e pulmão, determinando queixas clínicas sobre esses órgãos – o que muitas vezes, nesse particular, culminam em “Síndrome do Pânico”). No segundo caso, seguindo a mesma linha pensamental, após a alma se retirar da esfera metabólica uro-genital, no decorrer do tempo, essas células metabólicas ficam abandonadas à sua própria sorte. Isso significa que as células começam a fazer o que sabem fazer: se multiplicar, mas agora de uma maneira desorganizada, bizarra, sem orientação, como se comentou anteriormente. Portanto nesse último caso, após o abandono da alma nessa esfera, o etérico começa a se hipertrofiar e a desenvolver o processo inflamatório. As imagens formadas na base do cogumelo sangüíneo terão características globosas e arredondadas (fig.2).

Pode ocorrer o contrário, a alma impregnar em demasia a esfera metabólica uro-genital. No entanto, o que se observa na maioria das vezes, em primeiro lugar, é que há retração da alma dessa esfera, como se comentou acima. Nesse sentido, ambas as gêneses (quase sempre) se remetem ao fator psíquico (anímico) desencadeante. A alma é o gatilho das várias patologias. Mas, ao invés de desenvolver processo inflamatório etérico, como visto acima (saída da alma da esfera metabólica), a alma retroage e mergulha de novo nessa esfera metabólica uro-genital, de uma forma pontual (não mais harmônica e não por dentro do etérico), mas de fora para dentro, imprimindo processo esclerosante (fig.3). Nesse sentido, as imagens sangüíneas serão espásticas, deformadas por compressão externa (afundamento) e erosadas, chamadas ilhas grau I de Kaelin (fig.4). Caso a alma continue imprimindo influência nefasta mais pronunciada, mergulhando profundamente no etérico, começarão a se formar “ilhas” (grau II de Kaelin). Essas ocorrem, porque o etérico tentará abraçar para fechar aquele buraco (fig.5). Caso o etérico não consiga realizar o seu intento de abraçar a “ilha” formada, começará a atuar a partir de dentro, com o mesmo objetivo de tampar aquele buraco, só que aqui se manifestará como se fosse um pólipo, um tumor, caracterizado agora com “ilha grau III de Kaelin” (fig.6).

Portanto, dedutivamente, pode-se aventar a hipótese de que a alma permite a ascensão do sangue, fazendo com que a imagem final seja harmoniosa (fig.1). Quando a imagem formada fugiu ao padrão pictográfico citado, é porque ocorreu um desequilíbrio ou desarmonia entre o conjunto de forças (etéricas e astrais). Não se pode chegar à tese (à conclusão): saúde ou doença, pois se está no reino de forças suprassensíveis. Pode-se somente relatar o que ocorre a esse nível. Chega-se assim à limitação deste teste: ele apenas visualiza, em imagens, estas forças etéricas na luta dentro da fisiologia humana. Caso se queira chegar ao diagnóstico final, necessita-se recorrer a exames complementares quantitativos acadêmicos, no sentido de abarcar a realidade fenomenológica, entre todos os elementos constitutivos do homem, como se comentou.

Dentro do parâmetro normal de forças, cada sistema mantém o estado sadio, mas ao interferir no âmbito de outro sistema, cria condições para desenvolver quadros patológicos. Esta situação é válida também para o câncer, quando muito cedo a alma (através do SNS) primeiro abandona a esfera metabólica, como se viu, gerando alterações psicossomáticas (melancolia, depressão), até novamente retroagir e imprimir erosões e ilhas em regiões pontuais orgânicas do SM. Portanto, as doenças advêm do desequilíbrio desse conjunto de forças e isso torna-se visível através do Teste de Kaelin.

Observa-se, em muitos casos, que a indicação da VQ durante anos tem efeito preventivo e isso pode ser acompanhado pelo Teste de Kaelin. Ou seja, as imagens sangüíneas vão se tornando harmônicas. Pode acontecer que, mesmo com tratamento prolongado preventivo, não ocorra melhora significativa nas imagens (caso clínico nº 2). Nos casos em que se mostraram alterações a nível etérico, com as imagens deformadas, após tratamento intensivo preventivo pelo Viscum album, pôde-se evitar quaisquer manifestações malignas. Mas em alguns poucos casos, apesar de apontarem para um desequilíbrio da vitalidade (do etérico), mesmo com acompanhamento preventivo pela VQ, não se conseguiu evitar esta doença, irrompendo a patologia, anos após a confirmação laboratorial deste teste.

Para os pacientes que já apresentam o câncer e estão em tratamento quimioterápico clássico ou estão se preparando para a cirurgia, o Teste de Kaelin também se mostra útil. Ele poderá evidenciar imagens de desvitalização, principalmente em paciente idoso e imagens bizarras, em pacientes jovens que não superaram ainda sua patologia, a qual pode retornar como metástase. De qualquer maneira, é importante o acompanhamento destes pacientes, com o teste, para verificação da eficácia da medicação antroposófica pela VQ.

Portanto, não se pode imputar às imagens deformadas como sendo arquetípicas do câncer, como se afirmou. No entanto elas sugerem um caminho que pode culminar nessa doença, caso não atuemos preventivamente. Mesmo com a VQ preventiva, às vezes não se logrou êxito preventivo, pois as imagens não melhoraram com os exames repetitivos, como era de se esperar. Pode-se concluir dois parâmetros: Que esta doença aparece como destino para certas pessoas e por isso, apesar dos esforços do médico assistente em persistir com a medicação, não se obtém resultado favorável. O outro parâmetro confirma mais uma vez a necessidade de o médico ter um instrumento técnico de visualização destas forças, antes que se manifestem no terreno orgânico, pois em muitos casos pode-se evitar esta doença, em prazo relativamente longo, desde que se descortine o seu mecanismo de ação, como se mostrou neste trabalho.

  1. CASOS CLÍNICOS E TESTES DE KAELIN

Serão apresentados 3 casos clínicos, com respectivos Teste de Kaelin. As imagens do teste mostraram alterações compatíveis com as histórias clínicas:

  1. C.F.S., sexo masculino, nascimento em 2.3.56, advogado, casado, residente nesta cidade. 1a consulta em 6.2.01 – Dores intensas na coluna e nas pernas, o que o obriga a utilizar muletas para andar. Um RX antigo mostrava osteocondroma vertebrocondral (doença de Schwmann). O 1o Teste no 88/01, em 23.4.01 – imagens esclerosantes, desarmônicas e bizarras. Como as dores eram muito fortes e pouco respondiam ao tratamento preconizado, foi solicitado novo RX dos MMII, em 4.6.01, o que mostrou “uma imagem nodular no fêmur esquerdo”. Foi solicitado uma RM em 19.8.01, o que confirmou um “encondroma femural”. Foi realizado um tratamento intensivo com Viscum album Q 432%, 1x/semana, na região coxo-femural esquerda. A cada retorno às consultas, o paciente apresentava melhora substancial e atualmente não precisa mais das muletas. O último RX, de 28.5.03, apresenta imagem nodular idêntica à primeira, de 2,3×1,5cm. O 2o Teste no 428/03, em 22.10.03 – melhora substancial das imagens etéricas. Ainda persistem algumas imagens do 1º teste: imagem do pulmão (talvez por ser fumante). Apareceu imagem do pâncreas (a ser pesquisado oportunamente em exames rotineiros). Continua com o tratamento VQ preventivo 1x/mês.
  1. T.A.A., sexo feminino, nascimento em 11.2.27, do lar, viúva, residente em Barbacena (MG). 1a consulta em 30.12.94, com queixa de urticária há dois anos, após transfusão sangüínea prescrita por causa de uma complicação cirúrgica abdominal. A urticária persistia e em 17.7.95 foi solicitado o Teste de Cristalização de Pfeiffer, realizado na Suíça, cujo resultado foi: Tendência para Câncer na esfera do tórax ou nas mamas. Com esse resultado, este autor imediatamente a encaminhou ao mastologista, o qual tomou todos os procedimentos preventivos necessários [mamografia de 28.8.95 – normal. US de 28.8.95 – mamas normais e mioma calcificado. TC nódulo residual no hemitórax direito. Ex. 21.8.95 – CA 15/3=34,10 (n=30). Fosfatase alcalina=48 (n=até 100)]. Foi submetida a um tratamento intensivo com Viscum album M 432 e 432%, injetável, de uso semanal. Em 12.1.01 foi submetida ao 1o Teste no 005/01, que apresentou imagens de “afundamento” (processo esclerosante) no SR (atuação da alma na região do tórax). Em 13.7.01, foi realizado o 2o Teste no 151/01, que revelou a continuação do “afundamento” (processo esclerosante) nessa região do SR. Quatro anos depois (e depois de 7 anos do primeiro teste de cristalização), na consulta de 5.2.02, apresentava um nódulo duro e móvel na mama esquerda, de 2,0×2,0cm à apalpação. Axilas livres. Ao US de 8.2.02, nódulo de 0,09×0,22×0,28cm3. Ex. sangue normal. Foi indicada a cirurgia, mas se recusa, permanecendo com a VQ injetável 1x/semana. Na última consulta, em 16.12.03, permanece quadro inalterável.

3.M.A., sexo feminino, nascimento em 27.01.47, casada, professora, residente no Rio de Janeiro. 1a consulta em 4.8.03 – Ca de mama esquerda, após lutar contra displasia mamária por 28 anos. Mastectomia em março de 2000, com toalete ganglionar. Teste no 414/03, em 7.01.04 – mostra “afundamento” (processo esclerosante) na região do SR (região mamária), imagens esclerosantes, desarmônicas e bizarras. Prescrito Viscum album M 432 1x/semana, por um ano, além da medicação básica antroposófica. Repetir o exame daqui a um ano.

  1. COMENTÁRIOS

O Teste Dinamólise-Capilar de Kaelin surgiu em 1928, em decorrência da situação emergencial em que se encontravam os médicos frente à enfermidade do câncer. A pergunta mais importante era: será possível detectar preventivamente a doença cancerosa, antes mesmo da primeira célula maligna? Este teste caiu no descrédito no meio médico antroposófico, justamente porque a sua proposta inicial de tentar mostrar a tendência à pré-cancerose, muitas vezes não corresponde a esse objetivo.

O mérito deste trabalho preenche três esferas. Em primeiro lugar, visa fazer uma revisão dos conceitos iniciais, trazendo novos paradigmas, através dos argumentos científicos dedutivos goethianos, no sentido de resgatar este importante método de visualização das forças presentes na natureza e no ser humano. Este teste apenas visualiza as forças “etéricas” (e indiretamente a permeação da alma, imprimindo deformações pictóricas). Nesse sentido, não imputa tendência à doença cancerosa ou outra patologia qualquer. Apenas deve-se ser fiel à fenomenologia, sem procurar extrapolar para o âmbito físico, pois a limitação deste método se restringe à visualização destas forças por detrás do físico. Ou seja, deve-se apenas observar e relatar o que se passa com as imagens pictográficas sangüíneas. Existem imagens harmônicas e desarmônicas. Entre estas, caracterizam-se duas formas: “ esclerosante e a inflamatória. Em segundo lugar, cabe ao médico assistente, que recebe o laudo deste teste, entender o que estas traduzem, solicitar outros exames complementares, para referendar o Teste de Kaelin e indicar o tratamento preventivo ou revitalizante necessários. Em terceiro lugar, deseja colocar este laboratório do Teste de Dinamólise-Capilar, que funciona desde 2001, à disposição da classe médica antroposófica, para que esta tenha mais um instrumento de visualização destas forças, no sentido de complementar o diagnóstico clínico, a conduta terapêutica e o acompanhamento Viscumquimioterápico (VQ).

  1. SUMMARY
    The Capilar-dinamolyses test of Kaelin born in 1928, due to an urgent problem that phisicians have in front of cancer disease. The most important question was: Is it possible to foresee the cancerous disease before the first malignancy cell? This test became disbelievable for anthroposofics physicians because irs first purpose of show the tendency of cancer disease sometimes doesn’t happen.
    The merit of this work fulfill three spheres. In the first place, aim to made an review of initial concepts, bringing new paradigms, through dedutive scientific goetheanistic-steinerian argues, in the sense of ramsom this important method of seens the forces presents in the nature and in human life. That means: this test see only ethereal forces (and indirectly the permeation of the soul printig pictorial deformations). In this sense don’t impute tendency of cancerous disease or any other patology. Simply we have to be loyal to the phenomenology, don’t going up to physical ambit, because the limitation of this test is seeing the forces behind the physical ambit. It means that we might observe and narrate what happens with the pictographic blood images. There are harmonic and no-harmonic images. Between them we could characterize two forms: inflammatory and sclerosantis. In the second place, belongs to assistant physician, that get this test’s laud, comprehend what this test express, ask other complementary exams to countersin the Kaelin test and indicated the prevent treatment or revitalization treatment. In third place, though the Capilar-dinamolyses test laboratory, working since 2001 at Vivenda Sant’Anna Antroposofic Medicine Clinic, in Juiz de Fora (Brazil), we wish to offer to physician antroposophic class to have one more implement of visualization of this forces, in the sense of complement the clinical diagnosis, the therapeutic conduct is Viscunquimioterapic (VQ) accompanniment.
  2. NOTAS E REFERÊNCIAS

1 – STEINER, R. Grundlegendes zur Erweiterung der Heilkunst, cap. VI. Geisteswissenschaft und Medizin, cap.19.
2 – KAELIN, W. Die Formensprache des Krebsblutes. Nature 4. Jg. no 12. 1930. Die prophylaktische Therapie der Krebskrankheit. 2. Auflg. Orient-Okzident, Stuttgart. 1930. Versuch zu einer Frühdiagnose des Krebes aus dem Blut nach kapillar-dynamischer Methode. Zeitschrift für Krebsforschung. 34. Bd. Berlin. 1931. Viscum-Prophylaxe des Karcinoms. Frühdiagnose mittels der kapillar-dynamischen Reaktion. Heft 2. Hippokrates. 1934. Therapie und Technik. Archiv f. angew. Technik 2. Schweiz. 1937. Krebsfrühdiagnose, Krebsvorbeugung. Hybernia. Dornach. 1949. Karzinomprophylaxe mit den Iscadorpräparaten. Beitr. erw. Heilk. 3. Jg., 5/6. 1950. Krebsfrühdiagnose mittels des kapillar-dynamischen Bluttestes. Hippokrates. 1952. Frühdiagnose des Krebes. Weledanachrichten 1954. Der Kapillar-dynamische Bluttest zur Frühdiagnose der Krebskrankheit. Philosophisch-Anthroposophischer : Schweiz. 1965.
3 – KOLISKO, L. Capillary Dynamolysis. A Specific Methode to Study the Formative Forces Hidden in Inorganic and Organic Matter. 1943. Die Kapillardynamolysis. Heft 5. Hippokrates. 1953.
4 – Artigo do Dr. Marcus Treichler, sobre o Câncer – tradução: Dr. Bernard Kaliks.
5 – Higrômetro de Goethe – é um instrumento utilizado para detectar a umidade relativa do ar (URA). Apesar de ser ultra simples, pois se compõe de um reservatório de vidro, com um pescoço de cisne que sai da sua parte inferior, é muito mais preciso a qualquer oscilação barométrica da natureza. Na URA ideal para o funcionamento do Teste de Kaelin (em torno de 80%), a água no pescoço de cisne deve estar abaixo do nível da água no reservatório. Em caso de a URA não estar ideal, o nível da água do pescoço estará situado acima do nível do reservatório. Nesse caso, utiliza-se o vaporizador, para provocar aumento da URA, o que será registrado pelo aparelho científico moderno, mas o higrômetro de Goethe não se deixa enganar pela influência tecnicista. Irá continuar apontando tempo seco, apesar de o ambiente laboratorial estar propenso artificialmente para a realização do Teste de Kaelin.

  1. BIBLIOGRAFIA

ARISTÓTELES. Tópicos – livro I. São Paulo : Victor Civita. 1978.

BRABÍNEK, M. Die Sichtbare Sprache der Gestaltenden Kräfte im Tierreich und beim Menschen. Schweiz : Philosophisch-Anthroposophischer. 1984.

GOETHE, J.W. von. Teoría de la Naturaleza. Madrid : Tecnos, 1997.

HUSEMANN & WOLFF. A Imagem do Homem como Base da Arte Médica. Patologia e Terapêutica. Vol. I, II e III. São Paulo : ABT. 1984.

KAELIN, W. Der Kapillar-dynamische Bluttest zur Frühdiagnose der Krebskrankheit. Schweiz : Philosophisch-Anthroposophischer. 1965

Krebsfrühdiagnose – Krebsvorbeugung. Der kapillar – dynamische Bluttest nach Kaelin. Frankfurt : Vittorio Klostermann. 1966.

MARQUES, A. J. Repensar a Ciência. Juiz de Fora : Rio Branco, 1996.

STEINER, R. A Obra Científica de Goethe. São Paulo : Ass. Pedagógica R. Steiner, 1980.

Dr. Antonio Marques

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