Evolução da Humanidade

Pretende-se, com este artigo, mostrar a evolução da humanidade através dos estudos da Lingüística (Filologia Histórica Comparativa), da Bíblia (Gênesis e Apocalipse) e da Antroposofia (Crônica do Akasha). A primeira estuda as afinidades entre as línguas conhecidas, no sentido de se encontrar um “elo” entre elas, a segunda relata os caminhos do homem e da humanidade desde os primórdios até… os tempos “apocalípticos” e a última referanda os caminhos apontados e dá um embasamento maior à História do homem.

Chegou-se à conclusão de que existe uma grande “família lingüística” entre as línguas européias [albanesa, balto-eslávicas (russo, letão, tcheco, etc.), celtas, germânicas (alemão, inglês, sueco, etc.), grega, ilíria, itálicas (latim e suas descendentes, inclusive o português), etc.] e as asiáticas [armênia, indo-iranianas (sânscrito, persa, etc.), hitita, etc.]. Pode-se ver, nestes exemplos, as mesmas raízes: no latim (genus, generis, genere, genera, generum, etc.), no grego (génos, géneos, géneï, génes, genéon, etc.) e no sânscrito (ganas, ganasas, ganasi, ganassu, ganasam, etc.). Nesse sentido, pergunta-se: existe uma “língua-mãe” (ou um povo), que pudesse dar origem às inúmeras línguas?

Precisa-se começar este tema com os fatos conhecidos. A história relata que, num passado muito remoto, ocorreu a invasão de tribos nômades pastoralistas caucasóides, de fala aryana, no subcontinente indiano. Como se sabe, a Índia foi o “berço” da nossa civilização e foi invadida por esse povo de “fala aryana”. Portanto, através da Paleontologia Lingüística chega-se à língua aryana, como a origem das “línguas indo-européias”, citadas acima. Por isso as épocas culturais que vieram depois da indiana (persa, egípcia-caldáica, greco-romana e atual) têm a mesma origem aryana, por causa da sua origem lingüística (a partir da “Torre de Babel”, como se verá). Por isso essas civilizações citadas são denominadas de arianas. Mas de onde vem esse povo aryano?

A Bíblia relata uma civilização, desconhecida para nós, antes do dilúvio: “Nesse tempo – isto é, quando os filhos de Deus se uniram com as filhas dos homens e geraram filhos – os gigantes habitavam a terra” (Gênesis 6,4). Antigos mitos referem-se a esses “gigantes” (ou poderosos da Antigüidade) com o nome de nefilins. Platão, no seu livro Timeu, relaciona o dilúvio com o “afundamento” da ilha de Poseidonis (ou Atlântida), um antigo continente localizado ao norte do Oceano Atlântico, entre as Américas, a África e a Europa. Confirma-se assim, nesses três relatos, que existiu realmente a civilização atlante. A Bíblia relata que, após o dilúvio, houve o recomeço da civilização, com Noé, “um homem justo, íntegro entre seus contemporâneos, e que andava com Deus” (Gênesis 6,9). Nesse tempo, “o mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras” (Gênesis 11,1). Seus descendentes construíram, na planície de Senaar, próximo à Índia (e ao Vale do Indo), a torre de Babel. Daí, da Índia, a primeira civilização pós-dilúvio ou pós-atlântida, dá começo às outras civilizações indo-européias.

Antes de prosseguir, deseja-se abrir um pequeno parênteses. Vamos retroceder mais ainda no tempo. Como justificar as descobertas de fósseis dos: Australopitecos (macacos do sul ou hominóides), Homo erectus e Homo habilis na África Oriental, na China e nas Ilhas de Java e de Flores? Essa época corresponde à Lemúria, um continente anterior à Atlântida, ao sul da Índia, entre a África e a Austrália, período no qual os continentes estavam unidos em uma “pangéia”. Os homens viviam em cavernas, grutas, etc, como Brucutus no reino de Mu. A Bíblia relata que, “o Homem” após “comer a fruta do conhecimento”, é obrigado a sair do Paraíso e habitar a Terra. Adão e Eva, como representantes da Humanidade, dão início à história terrestre. Como corresponde a uma fase muito primitiva, pode-se dizer a “primeira etapa histórica”, o ser humano deveria ser como um “grande embrião”, assexuado, vivendo em um habitat vaporoso-gelatinoso, como num “útero materno”. Também o embrião numa fase inicial é assexuado, com apenas uma “cloaca” para sair os excrementos e só depois, com a maturidade se torna sexuado. Portanto, a sexualidade traduz no fundo, uma “maturidade terrestre”, o que ocorreu depois da Lemúria (ou seja, da Atlântida para cá).

Devido a posição estratégica da Lemúria (desenho 1), as migrações deram-se alí próximas, conforme se pode confirmar pelas descobertas de fósseis (citadas acima) pela Paleontologia. Pode-se dizer que, enquanto o homem permanecesse no seu “habitat especial” (no continente lemúrico), conservava-se com a característica “humana”. Caso migrasse para outra região, sofria-se o impacto das “forças terrestre endurecedoras”, as quais foram patrocinadas pela presença da Lua no interior da Terra, no pólo Pacífico (no lado oposto da pangéia). Essa mesma influência lunar, em outra época, havia promovido o crescimento descomedido de certos animais (os dinossauros). Portanto, os homens que migravam foram “endurecidos” numa condição primitiva, na forma de macacos. Segundo lenda dos nativos de Bornéu (Arquipélago Malaio, no sudeste da Ásia), “todos os orangotangos descendem de um homem que, envergonhado de algum malfeito na ‘vila’, fugiu para a floresta, onde, por alguma estranha metamorfose, transformou-se gradualmente no primeiro orangotango”. (Stevenson, Time-Life Livros). Por isso o termo “macacos do sul”, que se dá aos australopitecos, condiz com a condição hominóide (humana) naquele longínquo tempo, para aqueles que “caíram” na Terra. No fundo, portanto, “os macacos são seres humanos mal sucedidos” (Kollert). Basta realizar um estudo comparativo morfo-evolutivo-fisiológico para se comprovar isso. Finalmente, no final do período Cretácio, a Lua foi arrancada da Terra. Para fechar a cratera no Pacífico, pela saída da Lua do seu interior, no pólo oposto, a “pangéia”, ainda meio gelatinosa se fragmentou nos continentes atuais (e afundou a Lemúria). Pela vulcanologia (estudo dos vulcões) pode-se entender todo esse processo geológico citado aqui, de movimentação de placas continentais-tectônicas. Por isso é que no fundo do Oceano Pacífico existem as fossas abissais, expondo a Sima, camada subjacente ao Sial. (No fundo do Oc. Atlântico, por exemplo, é mais superficial e existe só o Sial).

Naquela época os seres humanos deveriam ser longevos; por isso Adão é citado como tendo vivido 930 anos e seus descendentes outras tantas centenas. Essa fase histórica termina assim: “Javé disse: ‘Meu sopro de vida não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne, e não viverá mais do que cento e vinte anos’” (Gênesis 6,3). Afunda a Lemúria e começa nova época civilizatória: a Atlântida.

Dando continuidade com a Atlântida, Rudolf Steiner relata no seu livro “A Crônica do Akasha” (Editora Antroposófica) que, naquele tempo, não só a forma humana era diferente, mas também a sua característica psico-espiritual. Isso ocorria porque o ser humano ainda não conhecia a inteligência lógica (como se tem hoje). Em contrapartida ele possuía uma “memória prodigiosa”, em termos de pensamentos em imagens. Não raciocinava sobre as coisas, mas “recordava-se delas”. Isso pode ser entendido assim: enquanto permanecesse olhando para um objeto, a imagem dele ficava retida na memória; mas se olhasse para outro lado, aquela imagem saía da mente. Precisava retornar periodicamente àquele objeto para mantê-lo na memória. É o mesmo processo (como recordação) utilizado em cultos religiosos aos antepassados. O desenvolvimento da memória trouxe também a “linguagem”, numa forma de primeiro nomear as coisas que se viam e ouviam, proporcionando um laço entre a alma e o mundo exterior. Ou seja, o homo loquens é anterior ao homo sapiens (a linguagem anterior à inteligência). Como o ser humano não estava bem amadurecido na matéria e esta era ainda maleável-plasmável-gelatinosa, um sentimento ou emoção mais forte, poderia promover o seu crescimento físico descomunal (por isso a característica bíblica: “os gigantes habitavam a terra”). A vida comunitária deu origem a uma forma de governo, transmitido de pai para filho, numa linhagem hereditária, como se vê hoje nas monarquias milenares. Com o poder centralizado em mãos de uns, alimentado pelo “egoísmo”, acabou-se por provocar a catástrofe atlântida por processos ígneos e aquosos (dilúvio).

As migrações atlântidas (antes do dilúvio) devem ter ocorrido em distintas épocas, em todas as direções, o que justifica os diferentes povos hoje conhecidos: negros, índios (apaches, comanches, astecas, maias, tupi-guaranis, etc), chineses, japoneses, mongóis, indianos, persas, árabes, bascos, europeus, etc. O meio ambiente (clima) deve ter tido um papel preponderante na consolidação de cada “povo”, configurando desse modo as “tipologias raciais”. Ocorreu sim, uma linha principal de migração, a que daria continuidade à esta civilização, chamada de pós-atlântida (ou ariana). Foi a que chegou à planície da Índia (e do Vale do Indo) com Noé (também conhecido por Manu ou Mani por outros mitos), como vimos acima. A sua “arca” traduz a preparação de um pequeno grupo de seguidores no sentido de inaugurar uma nova fase “ascensional” da história humana.

Após o dilúvio (afundamento da Atlântida), a civilização desenvolveu-se em sentido contrário, do oriente ao ocidente: Índia (± 7000 a 5000 a.C.), Pérsia (± 5000 a 3000 a.C.), Egito (± 3000 a 700 a.C.), Grécia-Roma (± 700 a.C. a Idade-Média) e finalmente a nossa época atual, que sem sobra de dúvida pode-se denominar como Européia (Idade-Média até …?). Portanto, estamos vivendo atualmente a 5a época cultural pós-atlântida (ou ariana).

Como se observa acima, cada época civilizatória corresponde a um período de ± 2000 anos. Nesse sentido a cultura européia deve emplacar mais 1000 anos pela frente… Será que vai acabar então? Não! Como a América representa a última fase de conquista territorial (a partir de 1492), pode-se aventar a hipótese de que, seguindo o impulso histórico civilizatório ariano, do oriente ao ocidente, teremos a 6a época cultural americana (desenho 3). Analisando as Américas, pode-se dizer que a do norte representa hoje uma potência, com possibilidade de desgaste natural com o tempo. A do sul se encontra numa fase “infantil” de sua evolução e por isso com possibilidades para o futuro. E o Brasil? Aqui já era conhecido pelos fenícios, gregos, vikings e celtas irlandeses. Estes, inclusive, denominava de Hy Breazil ou “descendentes do vermelho” (referência ao vermelho do pau-brasil). Eschenbach, autor do livro Parsifal, escrito em 1200, na Idade-Média (portanto, antes de Cabral), cita literalmente o “pau-brasil”. Segundo antiga lenda, o corpo do rei Arthur teria sido transladado à “Ilha Afortunada”, situada no ocidente extremo, “lá onde o sol se põe”… Talvez isso possa justificar a inspiração que vive nos corações brasileiros: “Brasil, país do futuro, pátria do evangelho”.

Qual será a missão dessa futura época cultural (americana)? Como “pesquisador livre”, este autor recorreu ao Apocalipse, no sentido de abrir uma pequena “fresta” do futuro. Como “As Cartas às Igrejas” são referências às épocas culturais, pode-se vizualizar Éfesus como correspondente à Índia e assim sucessivamente, até chegar a Sardes, a qual corresponde a esta nossa época atual. A 6a época corresponde à Filadélfia, a que corresponde a um período de prosperidade. Após esta deverá existir a última fase cultural ariana (O Apocalipse fala em Laodicéia). Mas isso não significa o término da humanidade. O Apocalipse dá seqüência com “Os Selos”, divididos também em sete etapas evolutivas (fases culturais) e, por fim, “As Trombetas”, igualmente em sete etapas (ou outras novas fases culturais). Os títulos desses dois derradeiros ciclos evolutivos terrestres, respectivamente: “a história do homem” e “o julgamento”.

Dr. Antonio Marques

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