Há diferentes narrativas historiográficas para justificar o nome do nosso país. Afinal já passou por “Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra dos Papagaios …” até chegar ao nosso Brasil. Este nome sabemos que vem do pau-brasil, “que teria sido extraído desde o século VI a.C. por fenícios e gregos, de uma certa ilha chamada Brasil situada no Atlântico, sendo vendida aos celtas da Irlanda. Os celtas chamaram esses povos navegadores e mercadores de “Hy Breazil” (O Brasil para os irlandeses), o que significa “descendente do vermelho” (referência ao corante rubro extraído da madeira que lhes era vendida). Esse comércio cessou com o ocaso das civilizações fenícia e grega. Aos olhos dos celtas, esses povos — os “descendentes do vermelho” — desapareceram nas brumas do Atlântico, tornando-se povos míticos que nunca mais voltaram à Irlanda porque viviam felizes em sua misteriosa e afortunada ilha Breazil, situada no ocidente extremo” (nota do livro Parsifal, de Wolfram von Eschenbach. São Paulo : Antroposófica, 1989, p.515).
O livro Parsifal foi escrito por volta do ano 1.200, em plena Idade Média e cita literalmente “pau-brasil”, relativo a cor vermelho rubro da sua madeira como “brasa” (ou “breazil” em celta). Os gregos e fenícios comercializavam com os celtas irlandeses, que por sua vez repassavam aos europeus.
Também lendas antigas, como a do Rei Arthur, que teria sido enterrado na “ilha Afortunada”, lá onde o sol se põe; e a do rei etíope católico Preste João, que o Infante D. Henrique, o navegador, convencido de que o iria encontrar na costa atlântica, em África — povoavam o imaginário do europeu medieval, que sonhava que lá depois do horizonte iria nascer uma nova terra prometida (ou Afortunada). E, finalmente, quando os índios receberam de braços abertos os portugueses, é porque conheciam da tradição oral as visitas dos “Hy Breazil” e diziam que “aqui nascerá uma raça dourada”, antevendo a miscigenação que iria ocorrer — que tem a ver com o futuro.
Enfim, de todos nomes, vingou a crendice popular (vox populi, vox Dei). Vamos saborear este passado glorioso e nos preparar para novos tempos à frente.